O presidente do PP, Arnaldo Lodetti Júnior, critica gestão compartilhada entre Casan e Samae, diz que partido não aceita unificação e vai orientar voto contrário em consulta ao Legislativo.
A gestão compartilhada entre o Sistema Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Içara (Samae) e a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan) ainda não recebeu o aval do Governador do Estado Luís Henrique da Silveira (LHS, PMDB), que deve se manifestar em reunião na próxima semana, mas já gera inúmeras discussões nos bastidores políticos e promete render muita polêmica.
O presidente do Partido Progressista (PP), Arnaldo Lodetti Júnior, diz que postura do grupo é clara: “Somos contra a gestão compartilhada. Não queremos perder o Samae, tampouco trazer de volta a Casan para Içara”.
O líder pepebista é enfático ao dizer que a instalação de um sistema de abastecimento de água e esgoto autônomos no município foi uma das grandes obras da gestão do ex-prefeito de Içara, Heitor Valvassori (PP), e que o tempo mostrará os benefícios financeiros e a viabilidade do Samae.
Lodetti apresenta uma tabela que contabiliza a participação nos lucros em 2008 por parte dos administradores da Casan. “Não queremos pagar salário de R$ 55 mil para o presidente do Conselho da Casan, muito menos dar a ele quase R$105 mil reais de participação nos lucros anuais”, revela em tom de denúncia.
Segundo os números informados pelo material cedido pelo progressista, o presidente da Casan e também presidente do Conselho da instituição, Walmor De Luca, recebe além da remuneração mensal, uma participação percentual do que se lucra durante o ano. Ele receberia os valores dobrados por ocupar duas funções distintas, que seriam: R$52.365,15 mil participação da presidência e R$52.365,15 mil participação da presidência do Conselho.
Na lista, com 23 dirigentes, aparece o empresário de Içara, Sandro Giassi Serafim, que teria recebido a quantia de R$ 5.454,7 mil dos lucros de 2008. “Ele recebeu e nem vai lá na Casan”, afirma o pepebista, insinuando que a gestão compartilhada atenderia a interesses de lucratividade tanto para o presidente da Casan, Walmor, como para o interlocutor e responsável pelas negociações do processo, Serafim.
O empresário se diz surpreso com tais acusações, pois a lei permite a gover-nança corporativa e ele foi membro do Conselho da Ca-san por quatro anos, recebia verba de representação mensal de cerca de R$ 2 mil reais e participação nos lucros que se aproximava dos R$ 55 mil reais por ano.
Segundo o negociador entre governo do estado e Administração Municipal de Içara na gestão compartilhada, os quase R$ 5,5 mil reais recebidos condizem a um período dos últimos três meses em que foi conselheiro.
“Isso não é denúncia, está na internet. O conselheiro participa das reuniões, quando convocado e recebe por lucros ou arca com prejuízos”, esclarece Serafim. Ele explica que o objetivo do compartilhamento de ações é angariar obras para a cidade, aproveitar a competência da Casan para instalar e gerir o sistema de esgoto de Içara, passar o financiamento de R$ 10 milhões de reais com a Caixa Econômica Federal (CEF) para o Estado e melhorar a rede de abastecimento de água. “Será feito um contrato que se não for cumprido será rompido; vou aprovar a melhor proposta para Içara, tem que ser uma discussão racional independente de partido A ou B. A Casan vai investir e naturalmente se beneficiar com os lucros futuros”, conclui.
O presidente da Casan foi informado, através da assessoria de imprensa, sobre as “denúncias”, mas, até o fechamento da edição, não se pronunciou.
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