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quarta-feira, 28 de abril de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello


Nuances de Vidas em Crônicas (42)

Abril é um mês rico na história do Brasil: data natalícia da sua descoberta, primeira missa, dia do patriota Pedro Álvares Cabral, aniversário da Capital do Brasil, dia do Índio, do Livro Infantil em homenagem a Monteiro Lo-bato, entre outras datas e festividades. Entretanto as datas vão sendo esquecidas e hoje pouca gente sabe responder a razão do feriado de 21 de abril ou a referência histórica do dia 22 de abril.
Uma coisa, porém, é certa, a passagem de um governador pelas localidades de um município ainda é um fato que atrai pessoas de todas as idades e condição social. E isto eu pude comprovar quando no sábado estive em Esplanada, em Içara.
Muitos funcionários que ocupam cargos na Administração Municipal e nas autarquias do governo estadual foram convidados. Porém poucos estavam lá, especialmente os ocupantes de cargos da rede estadual. No entanto, várias pessoas que não costumam freqüentar eventos promovidos por setores municipais ou estaduais estavam lá. E pude comprovar in loco que há ainda uma grande credibilidade em um representante da democracia, seja no âmbito municipal ou estadual. O povo ainda sente o coração palpitar quando houve falar do seu representante. Pena que o político não pense assim! A grande maioria depois de eleito não tem mais olhares para o voto que lhe deu o poder, torna-se um déspota, pensa que é o tal e que podem governar sozinho
Pois bem, lá estava eu observando o povo que se aglomerou na localidade, pela passagem do governador Leonel Pavan. Todos tinham o seu interesse, é lógico. Afinal o governador iria premiar a localidade com o recurso para a sonhada pavimentação da rodovia que dá acesso a praia de Esplanada e a outros balneários do município de Jaguaruna. O sonho da pavimentação já é um pouco antigo, mas o efeito da poeira e do trânsito não dá tempo dos moradores esquecer.Nós que moramos às margens da SSC 444 somos solidários pois sabemos a dimensão deste problema. Só a pavimentação poderá amenizar a poeira incômoda e insalubre que invade nossas casas e nossas vidas. Afinal, quando se vive em comunidade tudo passa a ser comum a todos, até as desgraças.
Esta era a razão do pessoal de Sanga Funda estar presente àquela localidade. O acesso de Sanga Funda ao Barracão será também pavimentado no mesmo tempo em que o acesso à Esplana-da. Para o Balneário Rincão será mais uma via de desafogamento da SC 444, e isto é muito positivo. Para os moradores é uma bênção deixar de conviver com a densa nuvem de poeira que cobre a localidade quando os motoristas tentam sair do engarrafamento no retorno da praia, no verão.
Foram tantas os benefícios populares que o povo comprovou, entre eles uma creche para a Vila Nova. Embora muitas famílias, hoje, tenham um pequeno (mas significativo) rendimento em cuidar de crianças de mães trabalhadoras, a creche irá dar um pouco de tranqüilidade as mães que precisam estar o dia inteiro fora e deixam os bebês. Esta é uma grande conquista!
Enfim, as obras foram licitadas e esperamos que se cumpra o que vimos e ouvimos. Mas como sempre, fiquei a olhar o vai e vem e as aspirações do povo. Ainda restaram sonhos para serem contemplados: de uma idosa havia a esperança de termos atendimento à saúde de forma gratuita e urgente. De um senhor sério e honesto havia a esperança de termos governantes austeros e que soubessem ver a pobreza não como um problema, mas com generosidade humana capaz de compreender que os trabalhadores são a mola mestra da nação. A pobreza é apenas o resultado das desigualdades social, especialmente a salarial.
E para completar, quero deixar o pensamento do idealista açoriano, Miguel Torga: “ter um destino é não caber no berço onde o corpo nasceu, é transpor a fronteira uma a uma e morrer sem nenhuma”. Sonhos não se delimitam em fronteiras. Ainda bem!!!

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