O Movimento Içarense Pela Vida visitou comunidades em Treviso atingidas pela mina e registrou todo o cenário a fim de mostrar à sociedade içarense o que esta para acontecer no município.
Tudo era calmo e tranquilo, até um barulho começar a causar a inquietação da comunidade de Treviso. A cidade era conhecida pelas cachoeiras e riquezas naturais que davam referencia ao pólo turístico, levando o nome da região a vários pontos do sul catarinense.
Certo dia, ouviu-se algo sobre o minério de carvão. Os moradores, que ainda não tinham muita noção do assunto, passaram a acreditar em técnicos que explicavam o quanto a tecnologia era moderna e que a mineração já não trazia prejuízos à natureza.
“Com o passar do tempo, frequentes ruídos geravam incômodo aqui no centro da cidade... Quando ficamos sabendo, a mina já estava passando por baixo das nossas casas a menos de três metros”, relembrou a comerciante, Ibraína Goulart, autora de todas as informações decorrentes até aqui.
Na sexta-feira, dia 14, representantes do Movimento Içarense Pela Vida, junto a algumas pessoas de Içara, viajaram à cidade a fim de visitar as zonas rural e urbana, onde constataram o estrago da mineração.
“Um agricultor daquela região tinha uma fazenda com dois lagos e dois poços. Ambos secaram e o cidadão perdeu 50% da produção e dos animais que tinha no local”, contou o engenheiro civil de Içara, José Dionísio Cardoso, que auxilia a perícia dos estragos causados pela mineração em Treviso.
De acordo com ele, mais de 90 csas foram prejudicadas e viveram a consequência da exploração. “Uma delas foi destruída duas vezes, até que finalmente os moradores tiveram que mudar o local”, ressaltou o engenheiro, lamentando a realidade na cidade.
O integrante do movimento, o empresário Renato Brígido, que representa a Igreja Católica na causa, faz um apelo à população: “O que encontramos em Treviso foi assustador. Se nós, cidadãos içarenses, não fizermos alguma coisa para impedir esta ação, teremos sérios prejuízos no futuro”, prevê.
De acordo com o representante religioso, não haverá recuperação ambiental. Ele ainda contou o episódio temível, também ocorrido em Treviso. “As vibrações decorridas da detonação do solo causaram rachaduras nas paredes das casas. Certa vez, a situação foi tão agravante que um morador nos contou que se surpreendeu quando uma garrafa de champagne caiu da prateleira”, contou Renato.
“Se a população deseja honrar com os seus filhos e com a futura geração, é preciso agora mesmo que se faça uma mobilização para sensibilizar as autoridades e dar um fim ao que já esta para acontecer”, sinalizou, completando.
O representante da Câmara de Dirigentes Logísticas (CDL), Jader de Souza, voltou surpreendido com o cenário que presenciou. “Não existe respeito com a comunidade nem responsabilidade com o meio ambiente”, protestou.
O Movimento Içarense Pela Vida está à disposição de quem quiser participar da luta contra a instalação da Mina-101 nas localidades de Santa Cruz e Esperança.
Fotos: José Dionísio Cardoso (Divulgação)
Participe: Deixe abaixo o seu comentário, sua opinião.
Nenhum comentário:
Postar um comentário