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sábado, 14 de março de 2009

OPINIÃO - Contar, ilustrar ou repetir?

Os jornalistas da sociedade contemporânea, a cada dia, têm buscado meios que venham a fazer a diferença dentro do âmbito social. Cada profissional, que tem por objetivo representar a sociedade, se vê diariamente com o famoso questionamento: quais ferramentas são necessárias para que o jornalismo ganhe sentido na vida das pessoas?

Alguns optam por contar o fato. Outros acham o bastante repetir tudo o que já foi falado, mas seriam estes os representantes que o mundo atual necessita para ser bem representado perante os inúmeros problemas que assolam o mundo?

É fácil notar a diferença de um jornalista “apaixonado” e de um profissional apenas interessado em cumprir as tarefas do dia-a-dia. Comecei a notar esta diferença quando passei a ler textos literários. Este é o ponto! O jornalista que se submete a fazer este trabalho é aquele que vive a situação, que vive a personagem. Aquele que faz o leitor “saborear” o contexto, de forma que torna-se dispensável o uso de imagens, já que as próprias linhas por si conseguem assimilar cada episódio e cada característica, em um mundo em que o próprio leitor passa a participar e viver, a partir do momento em que começa a leitura.

O jornalista apaixonado é aquele que não mede esforços para ir em busca dos fatos, aquele que cumpri fielmente com o papel que tanto aprendeu nos bancos universitários: representar as pessoas e a desigualdade social. Ele combate a corrupção e não se deixa levar por doutrinas partidárias ou subornos financeiros. Afinal, se a realidade é dura e injusta, então o papel do jornalista é o de lutar para defender a causa da sociedade e, se possível, ser advogado desta.

É preciso contar ao mundo o desconhecido. Aquele pedacinho de terra jogado às margens de uma sociedade bem estruturada também vive, também pensa e principalmente tem dificuldades de sobrevivência. O cenário dramático e obscuro de um povo que luta com dificuldades apenas pelo “pão de cada dia” precisa se tornar a principal manchete de revistas e jornais. Precisa ser o alvo dos jornalistas. Só quando isso acontecer, o profissional que estuda para representar o povo, finalmente estará cumprindo com o seu real papel na sociedade.

Kelley Alves, acadêmica de Jornalismo.

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