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quinta-feira, 23 de abril de 2009

ESPAÇO LIVRE - Negro

Atravessando o Atlântico nos porões dos navios negreiros, os africanos trouxeram a Religião Islâmica para o Brasil. Africanos do norte da África, que tiveram influência dos povos mulçumanos.

Mais precisamente na Bahia, o Islã fincou raízes, até hoje praticamos ritos islâmicos sem saber. O patuá teve origem no islamismo, como os escravos não podiam praticar a religião ou levar o Corão (livro sagrado do Islamismo) consigo, escreviam trechos do Corão em pedaços de papel, embrulhavam, amarravam bem e penduravam no pescoço, daí a origem do patuá. Quem foi na Bahia e não trouxe um?

Os negros mulçumanos tinham uma língua escrita, conheciam medicina, comércio, contabilidade e administração. Era um povo instruído. Enquanto os colonizadores portugueses eram, na maioria, analfabetos.

Foi difícil controlar um povo com tanta sabedoria, houve várias rebeliões. A submissão pregada no Corão aqui foi invertida, passou a significar rebelião contra o amo. “Alá não quer injustiças contra suas criaturas”. É difícil de acreditar, mas Maomé teve participação na história do Brasil.

O colonizador branco, com medo do saber do negro africano, tratou de reprimir qualquer manifestação, sendo religiosa, social ou de estudo. Eles tiveram êxito. Ao longo do tempo, os negros ficaram sem instrução, isto foi decisivo para este flagelo nos dias de hoje. Os negros ou descendentes encontram muitas dificuldades no emprego na escola, na sociedade, é tudo com muita superação.

Os escravos foram libertos para único e exclusivamente aliviar os gastos nas fazendas. Foram colocados na rua. Sem terra, sem roupa, sem comida, subiram para os morros e de lá poucos conseguiram sair.

O governo Federal até tenta curar esta chaga na história do Brasil, são as cotas nas universidades, instituiu o ensino de História da África nas escolas (lei 10.639 de 2.003).

Contudo, essas medidas não surtiram resultados satisfatórios. Acredito que o preconceito, ou melhor, a ignorância impede as mudanças.

Dóris Iolanda Dagostim dos Santos, professora

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