A urna do Destaque Içarense 2009, evento realizado pelo Jornal Içarense (JI) há 10 anos foi usada indevidamente pelo Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), em eleição do diretório da sigla que ocorreu neste sábado, 3, na Câmara de Vereadores de Içara.
O jornalista do periódico, Vilmar Santos Nyetto, o Maso Nietto, foi cobrir o evento, quando chegou ao local percebeu que a urna, cujo emprego é exclusivo para coleta de votos para as pessoas ou empresas que mais se destacarm durante o ano e de uso exclusivo do JI, estava sendo usado para depóito de votos da eleição partidária.
Nietto dirigiu-se ao ao secretário do partido, Delaunei da Silva, o Delau, que ao ouvir que a urna era do Jornal Içarense autorizou a retirada da mesma.
A urna foi deixada na Câmara Legislativa de Içara, no mês de julho de 2009, sob a permissão do presidente, Acirton Costa, e do diretor da Casa, Paulo César Cres-cêncio, o PC, ambos do PMDB.
Segundo Crescêncio “a urna foi entregue na Câmara no início do processo de escolhas dos destaques, com a autorização dele, e desde então, estava numa mesa na recepção para que as pessoas votassem”.
Desmentindo-se as alegações do presidente da sigla, Adilton Tramontim, e de Delau de que a caixa para coleta de votos estaria há um ano na Sede do Legislativo içarense jogada nos cantos.
“Se tivessem pedido uma urna emprestada seria concedida, mas se um partido não tem a capacidade de ter uma caixa para depositar a votação do seu diretório não tem capacidade de realizar essa eleição”, alfineta Maso. Ele ainda afirma. “O JI não se apropriou de nada, apenas recolheu o que lhe pertence e só o jornal teria o direito de abrir a urna do Destaque Içarense”, concluiu.
O que de fato aconteceu, na tarde desta segunda-feira, 5. A urna foi aberta no JI com a presença do PC e de duas testemunhas. Tramontim e Silva, que foram convidados a participar , contudo não apareceram. Havia votos para o Destaque Içarense e 13 sufrágios para a eleição do diretório dentro do recipiente de papelão. As cédulas referentes à escolha do diretório do PMDB foram entregues à Paulo César, que é um dos candidatos á presidente da sigla, contra Tramontim.
“Vou direto ao promotor pedir a impugnação da eleição para a presidência do partido”, declarou Crescêncio. Ele ainda vai além: “fico triste com uma situação dessas, mostra a desorganização dos atuais dirigentes da sigla. É quase igual a forma desorganizada como está sendo conduzida a Administração Pública de Içara”, detonou PC.
Delau foi procurado pela reportagem mas não quis se pronunciar sobre o caso e tampouco explicar como que um partido do porte do PMDB içarense precisa se utilizar de uma urna com logotivo de uma empresa de Comunicação e cuja finalidade é estritamente restrita à escolha de premiados do Destaque Içarense. Ele apenas declarou que as urnas fossem queimadas, pois já tinha resolvido a situação.
O presidente da Câmara Legislativa de Içara, vereador Acirton Costa, que chamou a atenção de Silva pelo uso indevido da urna, declarou que recipiente estava na Casa para que fosse colocado os votos dos Destaques Içarenses e não para uso de eleições da sigla partidária.
PC afirmou que, mesmo Costa pedindo para aguardar um pouco, definiu que vai entrar com uma ação no Ministério Público para impugnar a eleição do partido, haja visto que foi usada uma urna irregular., de propriedade do Jornal Içarense.
Outro agravante é que Delaunei da Silva colocou uma outra capa do JI, datada em 23 de setembro, onde aparecia o presidente da Câmara de Içara, Acirton Costa, entregando o título de Cidadão Honorífico ao governador Luiz Henrique da Silveira, para fazer propaganda política com os eleitores do PMDB, com chapéu dos outros.
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