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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

COLUNISTA - Elza de Mello

Nuances de Vida em Crônicas (64)

Olho as estantes da biblioteca da Escola onde trabalho e avalio o acervo que temos. É um belo acervo! Cuidada e asseada pela dona Gorete, a biblioteca é um dos recintos mais importantes para o corpo docente e discente. Ali poderia ser um lugar muito além de apenas guardar memória, se houvesse recurso humano disponível para este fim. Mas que pena! Não há uma pessoa disponível, unicamente, para levar este recurso cultural tão precioso ao educador e ao educando.
Governadores e governantes parecem que não tiveram em mãos livros e materiais de escrita em sua formação. Ou talvez estejam a reproduzir o discurso do momento: Leitores mal existem para qualquer livro e o livro sofre ameaça de morte diante de contínuas novidades tecnológicas. Será? Mas se há o apelo às tecnologias, especialmente aos recursos da NET, nós educadores conhecemos a carência desse recurso à nossa população da escola pública. Creio que não temos três por cento da população içarense que disponha dessa tecnologia em sua vida familiar. Mesmo com laboratórios, as escolas não atendem, na íntegra, a necessidade do educando e do educador. Daí, podemos concluir que nada supre a necessidade do livro, da leitura diária, da pesquisa em um texto científico para poder contextualizar o saber individual do aluno e o seu processo evolutivo. Ainda é lógico afirmar o velho adágio de que “uma nação se faz com homens e com livros”.
Sabemos que longe dos grandes centros de ensino do Brasil ainda há dificuldades em se assimilar o ensino por habilidades e competências. Em se falando de escola, não há como não falar de leitura e, para falar em leitura, não há como não falar de livros.
Hoje predomina a visão da sociedade que valoriza o chegar lá sem muito esforço, embora o estudo exija um es-forço e investimento pessoal. Há alguns anos atrás os professores orientavam os alunos para pesquisa na bi-blioteca. Hoje a Escola, através dos Professores precisa re-orientar os alunos que, devido a tecnologia se desen-volvem em habilidades mas estão bem mais imaturas com o espaço a sua volta. O letramento tão enfatizado pela Educação precisa trazer a literatura como ponto de partida, pois o texto literário foi escrito em um momento específico, com características específicas de uma so-ciedade, razão pela qual o texto literário veicula o discurso.
Com este pensamento foi escrito Eco de Duas Vozes, um livro em parceria com Maria de Fátima Pavei. Este livro foi pensado no Encontro da Lusofonia, no mês de Abril, em Florianópolis. Participamos do encontro e, como edu-cadora que somos (e sempre seremos), ficamos a meditar como colaborar com as mudanças que o acordo ortográfico traria à linguagem escrita. Embora não traga nenhuma mudança na pronúncia, a ortografia precisará de ade-quação e, sobretudo, de internalização das formas cor-retas de escrever. Então optamos por uma literatura de nosso contexto social, para em seguida abordarmos um pouco do Acordo Ortográfico.
Sem nenhuma pretensão de dar lições gramaticais, o nosso trabalho propõe uma ajuda de mestras, sem qualquer interesse que não seja doar um pouco de nosso carinho pela nossa Língua Materna. Mesmo sabendo que os alunos leem muito pouco, nos aventuramos no caminho da escrita. Não há leitores sem a escrita e não haverá mais a escrita se não tivermos escritores. Um de-pende da existência do outro. Ler ainda é o melhor meio de se adquirir conhecimento e escrever é o meio de se guardar e divulgar os conhecimentos às gerações futuras. Eco de Duas Vozes fala de um tempo atual, a reforma ortográfica, e de um contexto social, Içara. As crônicas da Fátima descrevem locais e personagens bem tipicamente içarenses enquanto os meus poemas ilustram nossas praias, nossas belezas, nosso jeito de ser e de fazer uma cultura içarense .
Onde quer que estejamos, içarenses se identificarão em nossos textos e sentirão um pouquinho das saudades de nossa terra e de nossa gente. E nesta próxima sexta-feira, dia 22 de outubro, estamos esperando leitores e leitoras de todas as idades para autografarmos o nosso trabalho. Você é nosso convidado especial!!!!

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