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quinta-feira, 10 de março de 2011

POLÍTICA - Vereadores querem a volta dos assistentes parlamentares

Após as exonerações de seis assistentes parlamentares, os vereadores içarenses se mostraram descontentes; apenas Acirton Costa (PMDB) e Neuzi Silveira (DEM) apoiam o presidente.

(Bruna Borges/Jornal Içarense)

A decisão de extinguir o cargo de assistente parlamentar na Câmara Municipal de Içara, anunciada pelo presidente Darlan Bi-tencourt Carpes (PP), desagradou os legisladores. Oi-to deles assinaram um projeto de lei para que vereadores voltem a ter autonomia sobre os assistentes.
Carpes deixou claro que não vai aceitar e que pode entrar na justiça. Pois, a medida foi tomada devido a um parecer do Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina (TCE/SC), o qual dizia que a Câmara de Vereadores possuía 63% a mais de cargos comi-ssionados do que efetivos.
Jurê Carlos Bortolon (P-MDB) é um dos que defende a permanência dos assistentes. “Vereadores de outras cidades têm assistentes. Por que os de Içara não podem ter?”, questiona Borto-lon. Sobre o parecer do TCE/SC, o peemedebista diz que “não chegou às mãos dos vereadores”.
Joacir Domingos Pereira, o Boca (PP), se diz chateado mais pelo fato de o presidente não ter se reunido com os vereadores. “Estou bem triste, por que antes nos reuníamos para discutir as coisas. Depois que ele assumiu a presidência, não sentou mais com a gente para conversar”, comenta Boca.
O também companheiro de bancada, vereador Os-mar Manoel dos Santos, o Marzinho (PP), foi mais rígido. “Ele está com raiva de alguma coisa. É um ditador. Está sendo pior que o Saddam Hussein. Faz as coisas e não se reúne antes com ninguém. É uma pessoa que não tem escrúpulos e não honra as calças que veste”, critica.
Quanto ao percentual de cargos comissionados estar acima do permitido, Marzinho questiona: “Por que não retirou os comissi-onados ligados a ele e ao secretário da Mesa? Existem mais cargos. Por que retirar dos vereadores?”.
Outro progressista que não gostou da decisão foi Itamar da Silva (PP). “Não há necessidade de fazer is-so. O repasse da Câmara aumentou para R$ 300 mil. Tendo orçamento, pode-se fazer. Manter os assistentes é importante, pois ajuda muito o vereador. Tenho certeza que ele errou, pois nem mesmo discutiu com os vereadores”, diz Silva.
André Mazuchello Ju-coski, o Polakinho (PSDB), apenas questiona a forma como foi conduzido o processo que, segundo ele, foi errada. “Se teve a determinação do TCE/SC, deviria ser feita uma reunião com todos os vereadores para decidir em conjunto a melhor forma de resolver o problema. A Câmara tem o presidente, mas também tem os outros integrantes da Mesa. Estas pessoas têm que ficar sabendo o que es-tá acontecendo dentro da Casa”, reclama Polakinho.
O tucano informa que já pediu ao diretor da Câmara o documento do TCE/SC. “Vou analisar o parecer. Pois, acho que não existe problema na contratação de assessores. Quando fizemos o projeto para incluí-los, vimos que os outros municípios possuíam ainda mais assistentes do que Içara”, argumenta.
Já Diego Vittorassi (PDT), que não possuía assistente, por ter recusado, explica que o parecer do TCE/SC é reflexo de uma constatação que ele já tinha feito há dois anos.
“Quando o projeto entrou na Câmara, falei que era ilegal. Tanto que não a-ceitei. Agora o presidente constatou isso. Claro que precisamos de pessoas para trabalhar, mas que fossem estagiários”, recomenda Vittorassi.
O pedetista informa, ainda, que inicialmente os vereadores tinham autonomia para fazer as contrata-ções. “Como votei contra e não quis assistente, gerando toda uma polêmica, os vereadores decidiram dar ao presidente o poder de contratação. Eu achei que eles deram um tiro no pé”.
Vittorassi votou a favor do projeto que tenta colocar novamente a decisão nas mãos dos vereadores. “Votei porque desde o começo disse que cada vereador deveria ter autonomia para dizer se quer ou não um assistente. Acho que os outros legisladores é que votaram errado quando deram a decisão para o pre-sidente”, observa.
Os vereadores que apoiaram Carpes foram Neuzi Berto Silveira (DEM) e Acirton Costa (PMDB). “Se ele for bonzinho com a gente, pode se prejudicar depois com o TCE/SC. Os vereadores têm que entender e apoiar o presidente, pois votaram nele”, diz Silveira, que votou contra o projeto trazido pelos vereadores descontentes na última sessão, apesar de ter assinado o mesmo. “O Mar-zinho trouxe o projeto para eu assinar e, como estava com pressa, não pude ler. Assinei confiando nele. Mas, agora que sei o teor do documento, vou votar contra, assim como fiz na primeira vez”, enfatiza.
Dilnei Darcy Lima (PM-DB) não atendeu às tentativas de contato telefônico.

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